Em meio às minhas fotografias de interiores, tenho encontrado novos clientes fora do universo dos designers, entre eles, fornecedores de produtos para decoração. Aqui em Orlando, os fornecedores são, sem exceção, extremamente éticos e respeitosos quando se trata de licenciamento de imagens. Isso me motivou a me dedicar ainda mais ao trabalho de fotografar para essas duas licenças de uso. A Maza Decor, por exemplo, se tornou uma cliente através da Janaína Torquato, designer de interiores da cidade. E foi com ela que comecei a prestar mais atenção nas cortinas.
Claro, as cortinas nunca passaram despercebidas, mas agora elas ganharam um papel de destaque nas minhas fotografias. Esse olhar atento me fez fortalecer ainda mais a minha opinião sobre janelas com cores super saturadas — um conceito que, pessoalmente, acho horrível. Como já dizia Mies van der Rohe, “menos é mais”, e apesar de ser uma fã da modernidade que a Bauhaus trouxe ao mundo, quando o assunto é fotografia, sou totalmente dedicada ao estilo clássico. Isso inclui cores suaves, luzes suaves, pois tudo isso, combinado à neuroarquitetura — que para mim já se aproxima da neurofotografia — faz ainda mais sentido.
Aqui em Orlando, existe uma forte preferência “cultural” por uma fotografia extremamente saturada e nítida. Eu costumo brincar, dizendo que se essas fotografias fossem pessoas, seriam uma mistura entre Gisele Bündchen e Deolane. Não tenho nada contra nenhum estilo de vida ou vestimenta, são apenas estilos. Eu, pessoalmente, prefiro o estilo de Gisele.
Enfim, veja como as cortinas se destacam, mesmo quando existe uma paisagem suave do lado de fora. Ela está lá, é um elemento presente, mas não precisa ser o centro das atenções. Especialmente quando se trata de fotografia para designers de interiores, o foco deve estar no interior do espaço. Em alguns momentos, as paisagens precisam aparecer, pois fazem parte da composição, mas elas podem, sim, ser suaves e harmoniosas, sem roubar a cena.
