Gisele Espindola

Como a Neuroarquitetura Influência na Fotografia de Interiores

A neuroarquitetura, uma abordagem que combina princípios da arquitetura com o impacto que os ambientes têm no cérebro humano, vem ganhando espaço no design de interiores. A ideia central é que os ambientes em que vivemos e trabalhamos influenciam diretamente nosso bem-estar, emoções e comportamentos. Mas como isso se relaciona com a fotografia de interiores? Vamos explorar como os princípios da neuroarquitetura podem ser refletidos nas imagens para criar ambientes mais convidativos e funcionais.

Depois de acompanhar o grupo de estudos de neuroarquitetura GEP NeuroArq e ver de perto o trabalho da Ivi Fogaça, tenho unido muito esses dois assuntos e gostaria de compartilhar com vocês como a neuroarquitetura pode influenciar positivamente a fotografia de interiores.

O Poder da Primeira Impressão

Quando uma pessoa vê uma foto de um ambiente, seja online ou em uma revista, ela está, essencialmente, experimentando o espaço através dessa imagem. A neuroarquitetura ensina que elementos como cores, iluminação, formas e disposição dos objetos têm efeitos psicológicos. Na fotografia de interiores, isso significa que a forma como esses elementos são capturados pode evocar sensações como conforto, tranquilidade ou até mesmo dinamismo.

Por exemplo, cores quentes como amarelo e laranja transmitem sensação de acolhimento e otimismo, enquanto tons frios como azul e verde podem trazer calma e serenidade. Quando fotografo ambientes com foco nesses princípios, busco não apenas a estética, mas também como o espectador vai sentir o espaço. A escolha da luz correta, o equilíbrio das cores e o enquadramento certo podem fazer toda a diferença na forma como a imagem impacta quem a vê.

Iluminação e o Humor do Espaço

A luz é um dos principais elementos que a neuroarquitetura valoriza, pois ela influencia diretamente o humor e a produtividade. Na fotografia de interiores, a iluminação é essencial para capturar a verdadeira essência de um espaço. A luz natural, por exemplo, é conhecida por seus benefícios ao bem-estar mental e físico, então, ao fotografar, sempre aproveito ao máximo as janelas e as entradas de luz para criar imagens que transmitam a sensação de espaço aberto e ventilado.

A iluminação artificial também pode ser trabalhada para evocar sensações. Luzes mais quentes e suaves, como as luzes amarelas, podem transmitir uma sensação de conforto, enquanto luzes mais brancas e frias trazem um ar mais moderno e funcional. Na fotografia, escolher a temperatura da luz é crucial para traduzir a funcionalidade e a sensação que o ambiente proporciona.

Proporção e Harmonia

A disposição dos móveis e objetos dentro de um espaço é um princípio chave da neuroarquitetura que também influencia a fotografia. Espaços organizados de maneira fluida e equilibrada são percebidos como mais agradáveis e confortáveis. Na fotografia, isso se reflete na escolha do ângulo certo, que pode mostrar como o ambiente se conecta como um todo, destacando o fluxo natural e a harmonia entre os elementos.

Um ângulo mal escolhido pode distorcer essa sensação de harmonia, fazendo um espaço parecer confuso ou caótico. Por isso, sempre escolho ângulos que valorizem a arquitetura do ambiente, respeitando as proporções e criando uma composição visual que agrada ao olhar, mesmo que inconscientemente.

Detalhes Que Humanizam

Além de capturar o espaço como um todo, a neuroarquitetura valoriza os detalhes que fazem os ambientes mais humanos e acolhedores. Elementos como plantas, texturas naturais e objetos de decoração transmitem uma sensação de bem-estar e conexão com a natureza. Quando fotografo interiores, sempre procuro destacar esses detalhes, pois eles podem transformar completamente a percepção do espaço.

Plantas, por exemplo, não só trazem um toque de verde que acalma, mas também adicionam textura e vida às fotos. A neuroarquitetura explica que o contato com a natureza, mesmo que visual, ajuda a reduzir o estresse. Assim, na fotografia de interiores, destacar esses elementos ajuda a criar imagens que refletem ambientes saudáveis e revitalizantes.

Conclusão: Neuroarquitetura e Fotografia – A Dupla Perfeita

A neuroarquitetura e a fotografia de interiores andam de mãos dadas quando o objetivo é criar imagens que não apenas mostrem o espaço, mas também transmitam a sensação de estar ali. Fotografar um ambiente sob a ótica da neuroarquitetura significa ir além da estética; trata-se de capturar a emoção e a funcionalidade de um espaço, traduzindo visualmente como ele pode impactar a vida das pessoas que o habitam.

Ao aplicar esses princípios na fotografia, conseguimos não só mostrar os projetos de interiores com fidelidade, mas também despertar no espectador o desejo de estar naquele ambiente, aproveitando todo o potencial que ele tem a oferecer.

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